Aproveitei muito minhas férias e meus dias fora do mercado, sabendo que teria pouca liquidez e seria um tanto difícil encontrar boas oportunidades, procurei ficar longe do intra-day mas me mantive informado. Entre viagens, passeios e The Witcher 3, também usei o tempo pra estudar o mercado vindouro, e temos aqui um dos principais tópicos que carregou 2021 e ainda não está resolvido para 2022, a inflação no mundo.

A inflação não é um assunto localizado no Brasil, mas sim um problema mundial e os motivos da inflação são diversos, que foram engatilhados e escalados pela crise do COVID.

Nos EUA e mundo

Temos um dado histórico para os EUA onde o país tem a leitura de Índice de Preço ao Consumidor com maior alta em mais de 30 anos, marcando fortemente a geração e os excessos que estamos vivendo. Dentre os principais motivadores da alta, então os preços dos combustíveis, os preços de carne de boi e aves e a falta de produtos genéricos nas prateleira, muito agravada pela crise dos microchips e principalmente a crise dos containers.

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Essa altas nos preços é uma bola de neve, a comida afeta o bolso diretamente das pessoas, causando uma percepção de perda de valor na moeda de forma imediata, ainda mais quando se tratam de artigos de consumo básicos. Já o combustível, não só afeta o consumidor final, mas também afeta a indústria que acaba encarecendo na ponta final outros produtos manufaturado não relacionados ao setor de alimentação ou transporte, contribuindo para a inflação em de outros bens de consumo.

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Os saltos nos dados de IPC são de níveis superiores ao da Crise de 2008 e podem ser mais difíceis de conter. Vale ressaltar que ainda temos faltas de semicondutores nas industrias e que a demanda não foi 100% suprida dentro dos níveis normais. Ao mesmo passo que a entrega de produtos também fica reduzida com os problemas de carregamento de containers nos portos e as filas de descarregamento.

Em certa medida esses problemas na cadeia de produção ajudam e pioram a inflação ao mesmo tempo. Ajudam no que tange a redução da produção e consequentemente as vendas de produtos acabados, diminuindo o consumo e forçadamente diminuído a inflação. Ao mesmo passo que piora o cenário uma vez que os produtos básicos serão cada vez mais demandados com uma oferta menor, e você já sabe onde vai parar essa história.

Para finalizar

Para 2022 eu vejo uma bolsa bem menos acalorada, com ganhos menores e mais dias de realizações, talvez se mantendo nos níveis recordes. O mercado confia muito no FED e tem plena clareza na política de Powell, está ciente da retirada de estímulos e tem um mapa claro para a subida de juros sabendo que não vai ter surpresas no meio do caminho. O mercado gosta é de previsibilidade. Porém trago à atenção o balanço do FED que segue em alta quando mesmo com o tapering aumentando, isso pode causar um certo desconforto nos grandes investidores sinalizando que mesmo retirando estímulos o FED ainda acumula muitos ativos (podres).

O mercado já espera o aumento dos juros que deve iniciar após o fim do Tapering, muitos dos membros do FED se mostram um tanto Hawkish (a fim de tomar medidas duras), que eu até diria que podemos ter mais que 3 altas nesse ano, ainda mais se o IPC continuar apertando. Novamente, o mercado espera por isso, então a bolsa já está precificada.

Quanto a inflação recorde, ela deve ser contornada, e os dados de emprego, PPI e CPI são de algo valor para 2022, pois são eles que vão "caguetar" a eficiência do trabalho do FED. Do oposto, veremos um grande caos e novas regras no jogo. Nessa versão acredito que a bolsa não tem um final feliz.


Versão Brasileira

Muito do que falei acima se aplica aqui, principalmente no que refere-se a inflação no combustível, transportes e alimentos. A única maneira do Banco Central contornar a inflação é subindo os juros acima de 10% e segurando firme, porque a recessão já é garantida.

Brasil vai sofrer muito com a alta de juros Americana nos próximos 3 anos, o movimento de saída de capital estrangeiro para ativos de maior segurança até que nosso país de recupere um pouco, projeções para 2023 são um pouco mais animadoras, porém agora é olhar para 2022;

Relatório FOCUS hoje segue com o desânimo que acabou 2021, nada mudou para 2022, cambio alto (5,65), PIB (com sorte) positivo e SELIC dois dígitos (11,5).

Vale mencionar que temos um ano eleitoral, e isso significa volatilidade. Não da pra esperar uma bolsa muito estável, tampouco o cambio. Vai ser um ano muito especulativo e com 0 resoluções políticas. O que foi feito nos últimos 3 anos está feito e é isso, esse ano é morto para a política e será investido em campanha eleitoral. Prestem muita a atenção no jogo político, nas pesquisas e entendam o que mercado acha bom e ruim e sobretudo, aproveitem!
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Este é um estudo pessoal e não recomendação de investimento. Negocie pelo seu próprio risco.
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