A queda de 2013/2014
Já vi muitas análise/rumores de que o Bitcoin pode ter uma queda parecida com a de 2014, onde seu preço caiu quase que 100% do valor alcançado. O máximo que posso dizer nesse ponto é: sim, é possível. Mas não aconteceria do mesmo jeito.
Existem sérias diferenças entre o mercado passado e o nosso mercado atual, as quais citarei abaixo.
Market Cap
Começando a nossa análise vamos falar da força do mercado.
Em nossa queda mais recente, triscamos (mas não ultrapassamos) a marca dos $ 200 bilhões de Maket Cap.
Por outro lado, na queda de 2014, tínhamos um incrível Market Cap de... $ 11 bilhões! É isso mesmo! Quase 20 vezes menor do que nossa maior queda nos últimos dias.
Saindo do campo dos números, o Bitcoin - e as criptomoedas em geral - faziam parte de um mercado segregado, pequeno e com pouca expressividade. Claro que haviam bons investidores, mas a maturidade do mercado de hoje é absolutamente incomparável com a daquela época.
Espaçamento e o BOOM!
No gráfico acima é possível ver que houve um espaçamento grande para a queda de 2014. Apesar de ter havido uma explosão do preço, a correção se deu de forma lenta se recuperando apenas (com efetividade) no final de 2015.
O que ocorreu em 2017 foi o efeito contrário, não tivemos uma explosão de preço tão marcante. No gráfico é possível observar que apesar de acentuado, o crescimento foi quase (repito: quase) orgânico. Houveram subidas e correções, mas o "boom" de fato se deu com a veiculação da mídia e o marketing que foi criado em cima do "lucro fácil" que as criptomoedas estavam proporcionando e poderiam vir a proporcionar.
Houve a entrada de um número significativo de pessoas que procuravam lucro à curto prazo, o que obviamente não ocorreu.
Nossa correção chegou no final de Dezembro e início de Janeiro, com uma aparência contrária a de 2014: declínio rápido e provavelmente um retorno a sua tendência de alta de forma muito mais ágil.
Por que tanta diferença?
Em 2014/2015 houve um descrédito gradual ao longo do tempo. A medida que o tempo passava (como não havia uma injeção grande de capital de fora do mercado) o valor não subia e o desespero (e o medo de perder tudo) aumentava.
Foi uma sangria lenta, que afastou muitos do mercado e com certeza reservou seu espaço apenas para aqueles que realmente acreditavam no projeto e enxergavam mais além.
Agora em 2018 os olhos estão focados no Bitcoin. A injeção de capital é alta e a cada momento novos investidores põem suas atenções sobre a moeda.
O problema é que com a entrada de novas pessoas buscando lucro rápido (podemos chamá-los de Lambos), a expansão de preço e a proximidade com o fim do ano fez com que os grandes investidores sacassem o capital investido, gerando quedas e consequentemente criando uma bola de neve.
A Bola de Neve
Quando 100/200 BTC's eram retirados do mercado a queda fazia com que outros investidores retirassem os seus temendo perder seus lucros (o famoso Panic Sell), e ali, no fim da linha, vinham as pessoas que entraram acreditando no lucro rápido ficando assustadas e vendendo em prejuízo.
Essa bola de neve é chamada de correção. Enquanto houverem pessoas/investidores buscando realizar seus lucros, o Bitcoin irá cair.
O fim da queda
Toda queda tem seu fundo. Imagine-se como uma baleia (quem tem altas quantias de um ativo), vai chegar um momento em que não valerá mais apena realizar saques, pois o valor estará tão baixo que perderá sua utilidade lucrativa.
O fim geralmente ocorre quando há um equilíbrio entre investidores de longo-prazo e os de curto-prazo.
Essa trégua se dá pelo baixo valor (que torna inviável o saque para aqueles que buscam retorno rápido) e pela perspectiva de crescimento.